A Divisão de Repressão a Crimes contra o Patrimônio e ao Tráfico de Armas da Polícia Federal (PF) fez um diagnóstico sobre a entrada de armas contrabandeadas no Brasil e mapeou a rota deste comércio ilegal.
No relatório, os policiais federais traçaram o perfil do tráfico e dos traficantes de armas, os aspectos geográficos e o modus operandi dos criminosos.
O levantamento foi feito a partir do rastreamento das armas que ingressam ilegalmente no país, considerando de onde vieram e como chegaram ao território brasileiro.
No documento, o delegado Luís Flávio Zampronha sugere a adoção de oito ações para tornar o combate ao tráfico de armas mais efetivo no Mercosul:
Limitar o acesso da população a armas pesadas, inventariar armas de uso público, aumentar controles a lojas que vendem armas e estruturar países vizinhos para que respondam aos pedidos de rastreamento feitos pelo Brasil
Estruturar setor responsável e sistema informatizado de controle de armas (registro e importações) para responder pedidos de rastreamento (PF observa no documento que dos diversos pedidos de rastreamento enviados ao Paraguai via Interpol apenas um foi respondido)
Instaurar investigação de oficio, imediatamente, ao receber pedidos de rastreamento sobre armas importadas pelo Uruguai e pelo Paraguai foram apreendidas no Brasil
Cassar a autorização ou controlar mais as lojas que vendem armas de fogo em regiões de fronteira
Fazer inventário de armas de uso das polícias e das Forças Armadas dos países vizinhos (relatório aponta que muitas armas de instituições públicas uruguaias são apreendidas no Brasil)
Criar norma que limite o acesso e a venda à população civil de pistolas de calibre 9mm e fuzis, que são de uso restrito das polícias e das Forças Armadas (essas armas são classificadas como de guerra)
Rota do tráfico de armas
O jornal “O Estado de S. Paulo” revelou nesta terça-feira (9), com base no diagnóstico sobre o tráfico de armas no Brasil, que os armamentos vêm, principalmente, do Paraguai (armas curtas) e dos Estados Unidos (armas longas). A TV Globo também teve acesso ao documento.
A rota de entrada dos artefatos, segundo a PF, é a tríplice fronteira, entre Brasil, Argentina e Paraguai. De acordo com o documento, 99% das armas contrabandeadas entram no país por meio de fronteira terrestre.
O relatório da PF mostra que a maior parte das pistolas e revólveres que acabam nas mãos de facções criminosas – principalmente nos estados do Sudeste – vêm do Paraguai. Já os rifles e fuzis, destaca o documento, têm origem nos Estados Unidos.
A Divisão de Repressão a Crimes contra o Patrimônio e ao Tráfico de Armas rastreou 9.879 armas apreendidas pela Polícia Federal.
Depois de Paraguai e EUA, os principais fornecedores de armas ilegais para o território brasileiro são Bolívia, Argentina e Uruguai, concluiu a Polícia Federal.
Fonte: G1
Agência Fenapef